Desde janeiro, quem visita a capital do Amazonas pode ver o céu de outra maneira. O Museu da Amazônia (Musa) acaba de construir um planetário para mostrar como diferentes grupos indígenas interpretam as estrelas.
“O mesmo céu era visto de forma distinta por cada etnia. Cada uma tinha seus mitos”, conta o astrônomo Germano Afonso, do Musa, que estuda a relação entre as culturas indígenas e os astros. “Eles faziam a leitura do céu para regular o cotidiano, a caça, a pesca. Pelo céu, sabiam quando haveria uma estiagem ou um pequeno período de chuva.”

Cinco monitores indígenas já foram treinados pelo museu para explicar como seus povos interpretavam as estrelas. Eles são alunos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e pertencem aos povos baré, desana, tukano e ticuna. “Como vão ser professores, também podem ensinar para as gerações mais novas”, explica Afonso. A sala onde os astros são projetados tem formato cilíndrico, preparado para mostrar o céu da forma como é visto pelos povos amazônicos, que estão próximos ao Equador. Segundo o astrônomo, todos os equipamentos usados no planetário – incluindo os softwares de projeção – foram desenvolvidos na capital amazonense.
As instalações foram construídas na Reserva Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), onde também está sendo construída a sede do Musa. A estrutura, instalada no Jardim Botânico de Manaus, já recebeu os primeiros visitantes. O Jardim Botânico Adolho Ducke está localizado na Av. Uirapuru, s/n - Cidade de Deus; Fone: 55 (92) 3682-3318
Fonte: Iberê Thenório Do Globo Amazônia