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MENINA SERENA
poesia [ ]

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por [Duquinho ]

2010-02-05  |     | 



MENINA SERENA

Antonio Carlos Duques


Minha respiração cadencia,
Arrepios supernaturais,
Êxtase estático, já não respiro,
Contemplo?!
Sóis, estrelas, nuvens multicolores,
Ao redor daquela Menina,
Serena como aquele riacho que brincava na infância,
Engenho socorro dos meus avós,
Em Serraria, Paraíba, nordeste do Brasil, 1954,
Com mil peixinhos coloridos...passavam-se as horas!
Morria o dia e por entre os matos, distante voz,
Minha mãe a me procurar aflita.
Eu mergulhado, absorto, na limpidez do elemento,
Como se fora um deles, coloridos, livres, saltitantes,
Ignorava as súplicas da mãe.
Não sabia porque minha mãe temia os perigos de mato a dentro,
Ignorava os esplendores secretos do riacho amado.
Sempre, diante de mim – ou dentro de mim?!
A Menina brilhante como aquele riacho,
Ao meio-dia, quanto encantamento!
Amoroso e cúmplice silêncio,
Como as águas tranqüilas do riacho,
A afagar os seixos, polindo bordas de pedras,
A beijar-lhes arestas, comunhão de magias infantis.
Repetidos gestos a mostrar-me uma estrada,
Dourada, e infinita, e infinita...
Que começava no olho d'água do riacho,
Ou no meu peito de menino inquieto,
E nele mesmo acaba?
Parecia ouvir as vozes de todas as mães aflitas,
Em busca de seus filhos perdidos!
Mas...porque eles não têm por lá os seus riachos?
Era um coro infinito de vozes,
Em todas as línguas vivas e mortas:
“Menina Serena, tu mostras o caminho do meu próprio Coração”.
Agora, retorno à razão, matagal escuro,
Que se segue ao fôlego retomado,
O coração bate alegre, tranqüilo, examino-me,
Por dentro e por fora.
E continuo a não ver diferença entre uma coisa e outra!
Como se houvesse dissolvido,
O hiato eterno entre sujeito e objeto,
E tudo estivesse revestido de luz.
Aquela serenidade me banhava por sobre a pele,
Ou me invadia pelos suaves haustos de ar,

Que se sucedem a todos os meninos,
E repousasse seguro em braços seguros!
Um dia cresci como todos os outros,
E decifrei as línguas do Afeganistão ao Malawi, ao Zâmbia,
Perpassando todos os povos e eras,
Todas as mães reunidas a chorar a fome dos seus filhos,
Matas a dentro e matas a fora, a povoar o mundo.
Agora estou indiferente à física e a metafísica,
Como se elas, o tempo, a eternidade, o passado e o futuro,
Fossem faces ingratas,
De uma moeda perdida matas fechadas a dentro – mas onde mesmo?
No Engenho Socorro das minhas lembranças,
Ou na obscuridade vazia,
Do intelecto inútil?
Já não quero mais socorro, conselhos ou guias,
Amor ou desamor,
Nem chãos nem céus nem caminhos,
Nem as lagrimas cessarão, enquanto,
Não cessarem as lagrimas de todos os meninos,
E mais uma vez me abandono, respiração suspensa,
Ao divino encantamento dos riachos e das Meninas Serenas.



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