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■ A 8th Bienal do Douro sem limites
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- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2012-06-23 | |
Benditos frutos que brotam
De casa em casa Da urbe, locais de dormir. E os frutos se mostram De casa em casa Após tanto tempo, Na urbe, locais de sorrir. Sonhos e frutos na urbe Sob o céu cinza. Os dias, as falas, os passos Na urbe, seja onde for, Serão sempre os mesmos Os dias, falas e passos, Os frutos, sonhos e sonos, Beijos, risos e vozes, Deslocamentos. Deslouco, percorro, Distância ocorrida E tudo eu vejo e ouço De um ângulo de tantos Guardado na urbe, Num canto. Eu, eu, eu. Sou o conteúdo, Conteúdo que transporto, Não importa a distância, A altura ou velocidade. Aqui, lá, acolá, e mais adiante, Serei eu, eu, sempre eu Minha carga, Minhas tendências, Meu próprio silêncio. Serei eu, eu, sempre eu. O meu próprio medo. Não importa o templo, A beleza da urbe, o tempo. Serei eu, eu, sempre eu O meu próprio consolo. E tu serás, talvez, Serás talvez sempre espelho, Não importa onde estejas, Do que eu possa ser, Do que eu deva ser, Do que eu me conceba, Do que pudesse ser concebido, Uma grande, completa e estranha Coincidência. Pedro Viegas Porto Alegre, 16/março/2003
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