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Novo Sermão da Mãe Tonha
poesia [ ]

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por [Duquinho ]

2009-12-22  |     | 



NOVO SERMÃO DA MÃETONHA

Antonio Carlos Duques – Manhã de 13.06.07

Vivam os loucos, pois os bons querem destruir a terra. (*)
Os rebeldes, pois os conformados perpetuam violações.
Os sem classe, pois os que têm é como se não fossem.
Os que não têm futuro, pois seu passado já dizia.
Os embriagados, pois os indiferentes apenas os notam.
Os sem recursos, pois que a terra pertence às raposas.
Os diferentes, pois que os iguais apenas vomitam sangue.
Os sem moral pronta para uso, pois que não me enojam.
Os que viram partir seus amores, e mesmo assim, reviveram.
Pois que não quebraram as asas dos seus sonhos mais fugazes.
Os que combatem ante derrotas diamantinas,
Pois que são jogadores livres e eternos, e ternos, e riem das sombras.
Os que não têm um lugar para chamar de seu,
Pois que Madonna um dia lhes dedicou o amor e a canção. (**)
Os que não são parafusos de porca, correias de transmissão,
Nem alavancas de arquivos mentais preexistentes,
Nem guindastes de certezas ideológicas sisudas e indiferentes,
Profetas da linearidade congelada,
Pois que não são os últimos dos velhos,
Nem os primeiros dos novos,
Mas certamente não algarismos,
Nem letras mortas,
Nem dígitos.


(*) O título inspira-se satiricamente no Sermão da Montanha. Que nunca chegou à planície, senão sob a forma de letras mortas. Quando tomo algumas doses generosas de álcool, costumeiramente meu lado feminino se revela mais livre. Então do “Tonho”, apelido de Antonio, desvela-se a “Tonha”, mãe dos amores e poemas.
Agora ele vem à tona como um marco do fracasso da Conferência de Copenhagen sobre o clima, e que o monge budista Claudio Miklos denominou “O Fracasso da Razão”
(**) Fighting Spirit, bones do “Confession on a dancefloor”.


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